Mais ciência nas universidades na agenda dos 50 anos da reforma de Veiga Simão
O Iscte assinala a fundação do ensino superior contemporâneo em Portugal com um Encontro Nacional sobre os desafios do futuro. Um dos desafios mais decisivos será “aumentar e melhorar a ciência nas universidades”, afirma Maria de Lurdes Rodrigues. Defende que “as universidades devem ter verbas próprias do Orçamento de Estado para promover atividades científicas, as quais podem ir até 10% da presente dotação”. A reitora do Iscte afirma que a atual equipa ministerial “tem vocação para fazer a grande reforma de ligar a ciência ao ensino superior”.
Abrir caminhos para melhorar a produção de ciência nas universidades públicas portuguesas é o principal objetivo do Encontro Nacional “Universidades: Chave para o Futuro” que se irá realizar no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa no próximo dia 7 de dezembro. O encontro é organizado pelo Iscte em parceria com o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas – CRUP, a Comissão dos 50 anos do 25 de Abril e a RTP, tendo o alto patrocínio da Presidência da República.
Organizado para assinalar os 50 anos da reforma lançada pelo ministro Veiga Simão no Governo de Marcello Caetano, da qual resultou a criação do próprio Iscte. O encontro será aberto pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. A intervenção final será da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.
Quatro painéis temáticos e uma mesa-redonda
No Encontro Nacional “Universidades: Chave para o Futuro” haverá ao longo do dia quatro painéis temáticos. Em cada um deles será apresentado um documento elaborado por um perito na área, seguindo-se um debate por atores do sistema universitário.
O primeiro painel será dedicado à “articulação entre a produção de conhecimento, a sua difusão e transferência para a sociedade”. O autor do documento que lançará o debate vai ser o professor Pedro Saraiva, vice-reitor da Universidade Nova, cabendo a coordenação do debate a Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho. Participarão Nuno Bicho (UAL), Maria João Pires Rosa (UA), Ricardo Paes Mamede (Iscte) e Cláudia Cavadas (UC).
A “Internacionalização e o português como língua de conhecimento” será o tema do segundo painel. Lançado por Margarita Correia, da Universidade de Lisboa, será coordenado por Hermínia Vilar, reitora da Universidade Évora, e contará com a participação de António Fidalgo (UBI), António Branco (UL), Ana Paula Laborinho (OIE) e Isabel M. Duarte (UP).
“O futuro do mérito e da meritocracia no acesso e no sucesso”, tema do terceiro painel, será lançado por Paulo Pedroso, do Iscte, e terá a coordenar o debate João Sáàgua, reitor da Universidade Nova. Intervirão Alexandra Leitão (UL), António Magalhães (UP), Tiago Neves Sequeira (UC) e Margarida Mano (UCat).
O painel sobre “O espaço da inovação pedagógica no contexto da digitalização do ensino” começará com a apresentação de um documento por Manuel João Costa, da Universidade Minho. A coordenação do debate será de Amílcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra, e terá a participação de Carla Oliveira, reitora da Universidade Aberta, Sofia Marques da Silva (UP), Fernando Remião (UP) e Paulo Quaresma (UEv).
Antes do encerramento haverá uma mesa-redonda para debater o tema “Mais Ciência na Universidade”. Sob a coordenação do reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, quatro vice-reitores com o pelouro da Investigação e Ciência irão debater propostas concretas para uma agenda que o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas – CRUP formalizará ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.